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Risco de Demência Associado ao Desequilíbrio de Proteínas Sanguíneas na Meia-Idade

Estudos recentes indicam que níveis anormais de certas proteínas, muitas das quais têm funções fora do cérebro, podem ser um sinal precoce de doença de Alzheimer ou condições similares.

Proteínas e a Demência: Uma Ligação Crucial

Uma pesquisa que acompanhou milhares de pessoas ao longo de 25 anos identificou proteínas relacionadas ao desenvolvimento de demência se os seus níveis se mostrarem desequilibrados durante a meia-idade. Os resultados, publicados na revista Science Translational Medicine em 19 de julho, podem contribuir para o desenvolvimento de novos testes de diagnóstico ou mesmo tratamentos para doenças que causam demência. É interessante notar que a maioria dessas proteínas tem funções não relacionadas ao cérebro.

Pesquisa Revela a Relação do Perímetro Biológico com a Demência

Segundo o autor do estudo, Keenan Walker, um neurocientista do Instituto Nacional sobre o Envelhecimento nos EUA, “estamos vendo muito envolvimento da biologia periférica décadas antes do início típico da demência”.

Armados com amostras de sangue de mais de 10.000 participantes, Walker e seus colegas questionaram se poderiam encontrar preditores de demência anos antes de seu início, olhando para o proteoma de uma pessoa – a coleção de todas as proteínas expressas em todo o corpo. Eles procuraram sinais de desregulação, quando as proteínas estão em níveis muito mais altos ou mais baixos que o normal.

Relação entre Proteínas Desreguladas e a Demência

As amostras foram coletadas como parte de um estudo em andamento que começou em 1987. Os participantes retornaram para exame seis vezes ao longo de três décadas e, durante esse tempo, cerca de 1 em cada 5 deles desenvolveu demência.

Os pesquisadores encontraram 32 proteínas que, se desreguladas em pessoas com idades entre 45 e 60 anos, estavam fortemente associadas a uma maior chance de desenvolver demência mais tarde na vida. Ainda é incerto como exatamente essas proteínas podem estar envolvidas na doença, mas a ligação é “altamente improvável de ser apenas por acaso”, afirma Walker.

Proteínas Fora do Cérebro também Afetam a Demência

Algumas proteínas não mostraram alterações tanto no plasma quanto nos tecidos cerebrais. Por exemplo, uma das proteínas com a associação mais forte com o risco de demência – chamada GDF15 – não foi detectada no cérebro. Isso sugere que “mecanismos abaixo do pescoço também podem desempenhar um papel”, diz Nicholas Seyfried, bioquímico e neurologista na Emory University.

Possibilidade de Tratamentos Personalizados no Futuro

Ainda há muito a ser compreendido sobre como essas proteínas se encaixam na fisiologia da demência, e uma compreensão muito melhor dos mecanismos subjacentes é necessária antes que as pessoas possam se beneficiar. Entretanto, essas descobertas “podem potencialmente abrir portas para intervenções precoces”, diz Seyfried. Para Walker, o objetivo futuro é determinar se essas proteínas podem ser usadas como marcadores para identificar várias vias desreguladas em pessoas com demência e ajudar a fornecer tratamentos mais personalizados.

Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/scitranslmed.adf5681

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